sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Mercado Livre e Protecionismo: Quem Ganha e Quem Perde

O ministro brasileiro de relações internacionais disse que uma solução para a crise dos EUA é retomar as discussões para derrubar o protecionismo. Concordo inteiramente com ele. O comércio livre cria prosperidade e ajuda no combate à pobreza, além de ser eticamente correto. Porém, no lugar do Brasil e demais países tomarem unilateralmente essa medida, esperam uns pelos outros, o que, logicamente, não dará certo.

Os governos são pressionados por grupos econômicos para não liberarem o comércio interno, mas tentar fazer os outros países tomarem essa medida. A lógica é simples: com o mercado nacional fechado, eles não precisam concorrer com estrangeiros e, com isso, aumentam seus lucros. Por isso temos essa eterna briga política para ver quem cede mais.

O problema é que o maior prejudicado é a população, no geral. Somos obrigados a comprar produtos mais caros porque o governo não quer abolir as barreiras para empresas internacionais. Se, por exemplo, o Brasil possui 10 empresas que vendem o produto X pelo preço Y, seria melhor para a população se o comércio fosse aberto e o país passasse a ter mais empresas vendendo o mesmo produto, pois o preço Y iria cair. Quanto mais concorrência, menor o preço dos produtos, e consequentemente os mais pobres teriam mais acesso a bens que normalmente seria impossível de adquirir, e o resultado disso seria a elevação do nível de vida da população geral.

Porém, os governos não estão interessados no bem-estar da população. O que interessa é:

1) favorecer grandes grupos econômicos.
2)não perder certos poderes, como o de decidir sobre a economia do país.
3)manter-se no poder.

Portanto, é sempre melhor criar uma estrutura de propaganda política (medidas populistas, índices falsos) do que dar liberdade para os indivíduos. É mais seguro para manter o status quo.

Quando apresentamos esses argumentos, algumas pessoas dizem que o protecionismo é correto, pois visa defender a "indústria nacional" do "imperialismo estrangeiro". Primeiro que quem sempre ganha nessa idéia nacionalista são poucos: políticos e empresários dependentes do estado. Então, nem ética nem utilitariamente é viável defender o protecionismo. Segundo que se uma empresa que, por exemplo, fosse estrangeira e responsável por um serviço essencial, como energia elétrica, usasse artifícios para acabar com a concorrência seria punida ou até fechada. Isso acontece porque o comércio livre justamente garante a máxima eficiência das empresas, pois não podendo recorrer ao governo para salvá-las, teriam que fazer um bom serviço para os indivíduos.