domingo, 11 de novembro de 2007

Aliança para o Mal








Aliança é um município a 81 km do Recife, capital pernambucana. É um caso exemplar de como o poder político causa injustiças para a população. Poderia dizer muito bem, sem medo de errar, que o município hoje é uma mini-ditadura. Isso acontece por causa do poder dos Freitas, coronéis mordernos que dominam a área política do local.



Em abril desse ano a Justiça Eleitoral cassou o mandato do prefeito Carlos José Almeida Freitas, do vice-prefeito Pedro Francisco de Andrade Cavalcanti e da presidente da Câmara Municipal, Ana Maria de Almeida Freitas, todos dos PSDB. As denúncias são: fraudes no INSS, compra de votos e tráfico internacional de crianças. Entretanto, apesar de todos esses crimes, eles continuam mandando na cidade e empregados com os cargos de "assessores legislativos". A Câmara Legislativa da cidade só abre com a permissão da ex-vereadora Ana de Freitas, que possui as chaves da casa. Dos noves vereadores da cidade, sete são subornidades à ela.



O mais impressionante é que os Freitas conseguem controlar a população com ameaças e controle de informações. Eles já ameaçaram, das mais variadas formas, várias pessoas na cidade que sem poder se defender apenas se calam. Quando os jornais saem com alguma matéria política, funcionários da prefeitura compram todos os exemplares privando a população das notícias.



Usando de sua posição como vereadora, Ana Freitas convencia as gestantes pobres a entregar seus filhos para adoção, dizia que seria para parentes. Ela pegava as crianças, registravam com outros nomes no cartório e depois vendia para estrangeiros. Um deles confirmou à Polícia Federal que ia pagar 7500 dólares. No caso do INSS, ela obrigava as pessoas irem tirar dinheiro do banco e entregar uma parte para ela. Maria de Souza, 60 anos e pensionista, foi obrigada à entregar 441 dos 941 reais que tirou em 1993. Hoje ela processa a vereadora, que responde todos os crimes em liberdade.



Vemos como uma família pode usar o poder político para dominar uma população. Eles são a lei, a ordem e a justiça. Já temos a prova que o fato de ser cassado nada significa, pois os coronéis apenas deixam o poder nas aparências. Eu me pergunto até quando alguns vão defender esse poder institucionalizado e colocar suas vidas nas mãos de pessoas como os Freitas.



Nota: Leiam o Diário de Pernambuco, de 11 de novembro de 2007.




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